A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) e a Associação Brasileira das Reitoras e Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (ABRUEM) rechaçam a PEC 206 que pretende impor mensalidade nas universidades públicas do Brasil.
O documento assinado pela reitora Cicília Maia e pelo vice-reitor Chico Dantas diz:
A universidade pública brasileira é um instrumento efetivo de democratização, indispensável para o acesso da população à cidadania plena. É nela que estudantes egressos das camadas mais carentes do Brasil encontram oportunidades propiciadoras de uma vida mais digna e da transformação da sociedade na qual estão inseridos.
Este modelo de universidade pública e gratuita é responsável não somente pela formação dos profissionais altamente qualificados que o desenvolvimento nacional requer. É neste ambiente também onde é conduzida a maior parte da pesquisa científico-tecnológica produzida no país. Durante a pandemia, essa vocação ficou ainda mais evidente.
A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), enquanto Instituição de Ensino Superior socialmente referenciada, inclusiva e includente, reafirma seu compromisso com a educação pública, gratuita, de qualidade como instrumento de cidadania e de combate às desigualdades sociais e se opõe a qualquer proposta que coloque em risco esse direito constitucional da sociedade brasileira.
Neste sentido, a Uern se junta à grande rede de instituições e entidades de ensino que, mais uma vez, leva à sociedade a voz da comunidade acadêmica em defesa do fortalecimento da educação pública em todo o País e da garantia dos recursos necessários ao seu pleno funcionamento.
Ciente de seu compromisso social, a Uern rechaça a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 206/19), que propõe que as universidades públicas deverão cobrar mensalidades de parte de seus estudantes. Tal proposta configura-se em total retrocesso em relação ao direito constitucional à educação pública. Nesse sentido, solicitamos aos parlamentares o arquivamento da proposta, que em nada contribui para o avanço da política educacional brasileira.
Lutar pela manutenção do direito à oferta do ensino público é apostar num desenvolvimento mais humano, igualitário e justo para toda uma sociedade.
Nossa luta pela universidade pública, gratuita e de qualidade é todo dia e dela não abriremos mão.
A Associação Brasileira das Reitoras e Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (ABRUEM), entidade que a Uern faz parte, também saiu em defesa do ensino superior gratuito. Confira o texto divulgado:
A Associação Brasileira das Reitoras e Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (ABRUEM), composta por 47 instituições das cinco regiões brasileiras, se manifesta de modo inarredável em defesa da Educação Superior pública, gratuita e de qualidade.
Os territórios alcançados pelas Instituições que constituem a ABRUEM alcançam territórios mais interiorizados do país, realidades em que o ensino público e gratuito em todos os seus níveis se torna imprescindíveis nas alterações de dinâmicas de vida, promoção do desenvolvimento humano sustentável e redimensionamento de possibilidades através do conhecimento, da formação e da promoção da ciência. O fim da gratuidade com a cobrança de taxas compromete este contexto e afeta o debate democrático pleno, ao ser conduzido sem debates amplos e, principalmente, sem o envolvimento das Instituições de Ensino Superior Públicas do país.
Brasília/DF, 25 de maio de 2022.
Reitor Rodrigo Bruno Zanin
Presidente.
Fonte: Agecom/Uern
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