DJ Vilmont, vencedor do campeonato. Foto: Caboclo |
DJ Vilmont se consagrou vencedor do I Campeonato de DJs de Mossoró, realizado no último dia 17, no auditório da Estação das Artes. “Os participantes estão de parabéns. Foram três modalidades onde eles puderam mostrar suas habilidades, mas a última modalidade foi a de maior destaque porque era onde o DJ, ele tinha que mostrar, em 10 minutos, pelo menos três vertentes, pelo menos 5 músicas. E foi aí onde nosso vencedor teve um grande destaque, que foi o Vilmont. A meu ver, como professora do curso de DJ, como DJ há 22 anos, acredito que ele venceu pela diversidade que ele colocou no Set dele e, principalmente, por ter trazido a música brasileira para a construção do seu Set. Isso levou o público à loucura e foi inesquecível para todos”, avalia DJ Hunter, curadora do evento.
Na
sequência, DJ Ed Oliver e DJ Mback ficaram com o segundo e terceiro lugar,
respectivamente. Houve premiação para os três vencedores, inclusive premiação
surpresa. Vilmont soube na hora que seu prêmio extra seria indicar uma mulher
presente no público para um curso gratuito com DJ Hunter, como forma de
incentivar as mulheres a crescerem na cena.
Além
do campeonato, o projeto já havia contemplado a cidade com dois Workshops no
começo do mês. Erguer a cena eletrônica da
cidade nesse padrão de exibição só foi possível pela lei Aldir Blanc que tem os
recursos, em âmbito municipal, geridos pela Prefeitura de Mossoró.
“Esse projeto,
ele foi possível, claro, com apoio cultural. É imprescindível para que a gente
consiga realizar um evento dessa magnitude, incentivando a cena dessa maneira,
premiando profissionais que já vem desenvolvendo um trabalho aqui na cidade e
colocando esse trabalho diante do público de uma maneira tão grandiosa para que
esse público venha a reconhecer o tamanho desse trabalho que requer muita
habilidade, pesquisa, técnica, concentração”, disse DJ Hunter.
Para
além do incentivo para que os DJs profissionais sejam reconhecidos como tal, o
projeto trouxe à cidade a oportunidade de desmistificar uma série de
preconceitos em relação aos profissionais da área. Primeiro, de que música eletrônica
não é arte, não tem alma e até de que não é música de verdade. Pois bem, as
apresentações demonstraram exatamente o contrário.
Para usar
palavras mais simples, um DJ profissional que respeite a categoria está, durante
sua apresentação, mixando, ou seja, construindo um diálogo entre sua criatividade
e uma base musical pré-escolhida. Além de “criar” uma música nesse aspecto da
mixagem síncrona, “ao vivo”, o DJ se revela um produtor musical com capacidade e
habilidade tanto para transformar o que já está construído quanto para criar do
zero em seu estúdio, se assim ele quiser. O evento nos apresenta que, sim, DJs
sérios são artistas e não tocadores de Playlist, como estamos acostumados a ver
nos bailes da cidade.
Para
essa demonstração, o campeonato foi composto por três desafios. No desafio
"ritmo", o DJ teve cinco minutos para executar duas mixagens, em outras
palavras, colar as batidas. A técnica tinha que ser executada somente com régua
de pitch e com display do CDJ vedado. Isso quer dizer que o DJ não tinha como
ver o ritmo da música, era preciso descobri-lo na hora, durante sua audição. No
desafio "B2B e effect", a proposta foi a criação de uma leitura
dinâmica entre duas músicas iguais e fazer uso de efeitos para diferenciá-las. E
no último desafio, o "pocket set mix", o DJ tinha que apresentar um Set
Mix de 10 minutos de duração, misturando três vertentes distintas, inserindo no
mínimo cinco músicas durante a apresentação, como bem destacou DJ Hunter no início
da matéria. Esse momento foi o que acabou por melhor representar a união da
alma do DJ artista com a desenvoltura de pesquisa e técnica. Sem isso, até para
leigos, é fácil perceber o deslize quando ocorre.
Dj Hunter, Foto cedida. |
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